Traffic Calming: o que é e por que devemos praticá-lo
A prática do traffic calming é comum em vias escolares, residenciais e de maior movimento de pedestres. Saiba mais!
Nos dias atuais, não há nada mais comum do que as grandes cidades e os grandes tráfegos que as acompanham. Por conta disso, algumas delas costumam adotar alguns tipos de estradas para a engenharia do tráfego. Também há, no entanto, alguns outros tipos de melhoria – como a partir da prática do traffic calming.
Quer conhecer um pouco mais sobre essa prática voltada a organizar melhor o trânsito e evitar que o caos aconteça?
Venha conosco e conheça tudo sobre este mecanismo que já há algum tempo é importante no planejamento de mobilidade urbana ao redor do mundo.
O que é traffic calming?
Este termo pode ser desconhecido por muitos, mas com certeza você já viu alguma rua ou estrada com modificações.
Em tradução livre, o termo traffic calming significa “tranquilização do tráfego” – ou moderação do tráfego, no Brasil – e baseia-se num conjunto de medidas de planejamento urbano para reduzir a velocidade do tráfego.
Ele pode ser feito tanto pela utilização de estruturas físicas quanto por modificações na estrutura da pista.
Melhorias proporcionadas pelo traffic calming
Em sua versão protótipo de 1930, apresentada no Reino Unido, o traffic calming consistia numa prática para manter as regiões residenciais mais seguras, acalmando o trânsito nestas vias.
Nos dias de hoje, além da função acima, a prática se aprimorou e traz outros benefícios para as vias, como diminuir a poluição das ruas e evitar acidentes graves.
Para diminuir a poluição
Esta melhoria não se trata somente da sujeira deixada no ambiente pelos carros, ônibus e caminhões, mas também da poluição sonora.
Quando há um grande tráfego, é comum que barulhos de carros passando em alta velocidade e buzinas sejam frequentes. Porém, nas vias onde há o traffic calming, estes sons são reduzidos.
Para a redução de acidentes
Quando a velocidade das ruas é reduzida, isso impacta diretamente na queda do número de acidentes, pois os motoristas costumam dirigir com maior atenção e calma.
Porém, para que essas melhorias aconteçam, algumas medidas precisam ser tomadas.
Os métodos do traffic calming
Em vias mais agitadas, o traffic calming pode agir de mais de uma maneira e se aplica tanto aos motoristas quanto aos pedestres. Ele pode ser feito de duas maneiras. São elas:
Mudanças na estrutura da via
Para tornar as ruas e estradas mais seguras, profissionais urbanistas e engenheiros especializados em trânsito planejam algumas mudanças estruturais para trazer maior segurança e conforto para a população.
Não há somente uma forma de implementação do traffic calming: as especificidades de cada região são analisadas pelos especialistas e então são aplicadas.
Há diversos métodos de modificações estruturais e remodelamento de ruas, como bloqueios de cruzamentos, implantação de ondulações, sonorizadores e ilhas centrais. São os principais deles:
Estreitamento de ruas
Este método consiste em retirar uma ou duas faixas das principais e transformá-las em ciclovias ou até mesmo faixas exclusivas para ônibus.
Extensão de calçadas
Podendo ou não atuar em conjunto com a medida acima, as calçadas tornam-se maiores em áreas com cruzamento e faixas de pedestre.
Rotatórias
Elas funcionam como substitutas para os cruzamentos complicados e reduzem pontos de conflito e faróis, evitando acidentes de ultrapassagem em semáforo vermelho.
Chicanes
Funcionam como alternativas às lombadas por não danificarem carros e serem silenciosas. Consiste em ocupar uma parte da rua, como pequenas ilhas, jardins e até vagas de estacionamento.
Lombadas
Atuam como redutores de velocidade, principalmente em zonas escolares onde há muito tráfego de pedestres e, em sua maioria, crianças.
Travesseiros berlinenses
São como ‘saliências’ na pista e também ajudam a diminuir a velocidade nas pistas.
Diminuições dos raios de giro
Fazem a mesma função das duas acima, além de aumentar o ângulo da curva do motorista.
Platô (ou speed table)
Funciona como uma espécie de planalto na extensão lateral da via e, como as medidas acima, ajuda o motorista a reduzir a velocidade.
Ainda podemos citar outros tipos de traffic calming, como permissão para estacionar nas faixas laterais, quebra-molas e até mesmo cancelas.
Mudanças legislativas e comportamentais
Porém, não só as alterações na estrutura das vias formam o conceito de traffic calming. Além delas, as sinalizações e leis de trânsito auxiliam a acalmar o trajeto.
Entre elas, podemos citar os radares, que são, comprovadamente, grandes aliados na hora de reduzir efetivamente a velocidade dos condutores.
Ao estabelecer um limite de velocidade nas vias, o índice de acidentes pequenos e graves vai reduzindo gradativamente.
A aplicação de radares é muito comum em diversos tipos de vias, sejam elas em zonas escolares e de hospitais e também em rodovias que vão para o litoral ou interior.
No Brasil, há cerca de 300 radares nas rodovias federais atualmente e mais de 1900 em todo o território nacional.
Outra mudança do traffic calming está nas sinalizações e placas. Sejam elas placas de redução de velocidade, placas de área escolar ou sinalizando lombadas e modificações na via, elas auxiliam a direção disciplinada.
A relação entre trânsito e traffic calming
Ao diminuir a velocidade dos veículos, muitos acabam pensando que o trânsito ficará ainda maior e a quantidade de carros poderá resultar em um engarrafamento.
Porém, isso não é verdade: o traffic calming costuma, como diz o próprio nome, acalmar a via e consequentemente diminuir o fluxo de veículos nas ruas.
Além disso, dentre as causas do trânsito, acidentes e direção imprudente ou irresponsável são uma das mais comuns. Por isso, ao diminuir estes obstáculos, o trânsito costuma fluir melhor.
Isso acontece pois o traffic calming está diretamente ligado à direção defensiva, onde os condutores costumam ter maior senso de comunidade e dirigir de maneira mais responsável pelas ruas.
Ademais, a prática também traz benefícios ao meio ambiente – por diminuir a emissão de gases poluentes – e já foi aplicada em diversos países, principalmente na Europa.
No Brasil, também há a implantação de traffic calming em algumas localizações, como Curitiba, onde há faixas preferenciais, ciclovias e limite de velocidade de 30 km/h em uma de suas grandes vias.
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